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CARTA PÚBLICA À IMPRENSA BRASILEIRA
Para: Veículos e Profissionais da Imprensa
Senhores(as) Dirigentes de Associações, Federações, Sindicatos e Entidades Representativas dos Veículos e Profissionais de Imprensa,
Senhores(as) Jornalistas,
Nós, cidadãos abaixo-assinados, manifestamos nosso repúdio aos profissionais e veículos de comunicação que vêm deliberadamente praticando jornalismo tendencioso, impregnado de viés político, que visa manipular a opinião pública em favor de ideologias e interesses que não representam a maioria da população brasileira.
Nosso entendimento é de que jornalismo exige um compromisso muito sério com a verdade e a independência, conforme preconiza o “Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros”, do qual destacamos alguns trechos:
Art. 2º - Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores; (...)
Art. 4º - O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação. (...)
Art. 7º - O jornalista não pode: (...) III - impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de ideias; (...) V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime; (...)
Art. 12 - O jornalista deve: I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas; (...)
A falta de princípios que lemos, ouvimos e assistimos diariamente na chamada “grande mídia” ou “mídia tradicional” está refletindo em óbvias quedas de audiência, motivadas pela falta de compromisso desses veículos e seus profissionais com aqueles que possuem um mínimo de massa crítica e que buscam relatos fidedignos dos fatos, investigação apurada e oportunidade de voz aos diferentes atores envolvidos, cabendo a cada cidadão formular sua própria opinião e tirar suas próprias conclusões.
Jornalista não é policial, juiz ou político. A ele cabe noticiar e não acusar, julgar ou dar palpite favorável ou contrário sobre a forma com a qual os poderes públicos exercem suas funções, como vem ocorrendo atualmente. Somente o jornalista que consegue se manter fiel à verdade ao transformar fatos em notícias, é digno da credibilidade da sociedade brasileira. E ainda que porventura envolva-se na função opinativa, expressa por meio de um editorial por exemplo, tornou-se insuportável e escancarada a postura político-partidária assumida por alguns profissionais e veículos, que declaradamente perderam o bom senso na prática do ofício.
Podemos usar como exemplo do mau jornalismo predominante a insistência da maioria dos veículos de comunicação em classificar as manifestações populares de crítica ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional de antidemocráticas. A insatisfação crescente do povo com a atuação dos representantes desses poderes não é recente e não visa implantar um sistema ditatorial. Ainda, essa insatisfação não recai sobre as instituições, mas sobre aqueles que ocupam funções nestes locais, fato que a imprensa não está conseguindo perceber. O ponto nevrálgico não é a vontade de impor uma ditadura, mas um grito desesperado de cidadãos que estão fartos de tantos atos de corrupção, abuso de poder, privilégios, negociatas e vontades político-partidárias na coisa pública. O que temos visto é uma distorção dos fatos por parte daqueles que querem se perpetuar no poder e – para a decepção geral – o fazem com apoio da imprensa, que deveria estar ao lado da população na busca da verdade e da punição rigorosa dos que insistem em achincalhar com uma nação inteira, e não o contrário.
Diante de todo o exposto, deixamos registrado, além de nossa indignação, nosso anseio por uma imprensa que represente toda a sociedade e não parte dela; que não se curve à ideologia, à leviandade, à parcialidade; e que não se venda aos interesses políticos e econômicos.
Nenhum cidadão quer defender censura ou ditadura, ainda que a liberdade de expressão lhe garanta o direito de pensar como quiser. A maioria dos brasileiros escolheu democraticamente seu representante no Poder Executivo e seus representantes no Poder Legislativo. E essa maioria irá apoiar ou criticar esses representantes como melhor entender, exercendo seu direito de se organizar em manifestações, criticar e cobrar pelo cumprimento dos compromissos assumidos, com ética e transparência. Em que pese a população não poder escolher diretamente os representantes máximos do Poder Judiciário, ainda assim tem o direito de fiscalizar, criticar e clamar por mudanças que se façam necessárias para que este poder cumpra com sua função primordial: garantir o cumprimento da Constituição Federal sem arbitrariedades, nada além disso.
Por fim, evocamos o Artigo 5º da referida Constituição, reiterando que nós abaixo-assinados, legítimos cidadãos brasileiros, não suportaremos nem seremos audiência de imprensa aparelhada e manipuladora. A nossa voz nunca será calada e, temos certeza, será ouvida e reverberada por aqueles que honram a profissão de jornalista e o povo brasileiro.
Verdade, ética, respeito.
@verbrasil2020