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CARTA ABERTA À DIREÇÃO DO COLÉGIO LICEU FRANCO-BRASILEIRO
Para: AOS RESPONSÁVEIS POR ALUNOS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
CARTA ABERTA
À Direção do Colégio Franco-Brasileiro
Mais uma vez fomos pegos de surpresa, por meio de comunicação por e-mail aos responsáveis, na noite de 13/05, informando que não haveria atividades escolares no dia 15/05. Representou a aceitação da imposição unilateral de professores do Colégio Franco-Brasileiro, em que ficou evidenciada uma conivência e até incentivo a uma paralisação, por motivos políticos-ideológicos, por parte do Colégio.
Julgamos inaceitável a postura do Colégio, que por meio de decisão unilateral, assimétrica e conivente, como dito no próprio comunicado e “em consonância com o Sindicato”, se solidarizou com a paralisação. Ressalte-se que esse Sindicato não tem qualquer vínculo com os responsáveis pelos alunos, não sendo cabível sua ascendência sobre uma escola particular, que tem a obrigação de honrar suas obrigações contratuais.
O fato de a Direção do Colégio, a priori, decidir pela interrupção de todas as suas atividades escolares, representou um "piquete" contra os professores que quisessem trabalhar. A greve é um direito legítimo, mas deve ser de decisão livre e individual, passível de sanções atinentes a tal atitude.
Não é admissível também que professores, membros de sindicatos, façam assembleias dentro das dependências do Colégio, pois não é o fórum adequado para tal, configurando uma pressão contra os demais professores e conivência com tal irregularidade, por parte do Colégio.
Colocamos nossos filhos neste Colégio pelo bom conceito pedagógico e ético que sempre gozou, e por não querermos imputações ideológicas de quaisquer natureza. Se assim fosse, procuraríamos colégios neste bairro que se prestam a isso, em que a qualidade pedagógica talvez não seja a prioridade.
Atitudes recorrentes dessa natureza geram insegurança quanto à qualidade acadêmica, ao cumprimento de contrato (passível de ações legais) e aos valores éticos, pois nos levam a temer sobre o que é veiculado ideologicamente aos alunos, de forma direta ou subliminar.
Ao que tudo indica, trata-se de uma greve desprovida de legitimidade, pois não teve origem em possíveis insatisfações na relação de trabalho com o Colégio. Os direitos trabalhistas dos professores estão sendo respeitados: eles não estão com salários defasados ou mesmo atrasados e desfrutam de boas condições de trabalho.
Vivemos em uma democracia. Temos o direito e a liberdade de nos manifestarmos e de protestarmos. Mas a conduta administrativa do Colégio em suspender a prestação de serviços sem justa razão conota uma quebra de contrato, visto que a contrapartida da obrigação dos pais está em dia.
Considerando que, no intervalo de um ano, o Colégio parou três vezes pelo mesmo motivo e com postura passiva diante de imposições sindicais, entendemos estar à mercê de tais ditames. Ademais, em face da unilateralidade e assimetria das decisões, sentimo-nos reféns e não parceiros. O que poderá acontecer quando os professores resolverem, de modo próprio, aderirem a outras causas, em detrimento da educação dos alunos?
Sendo assim, para que se evite a adoção de medidas legais cabíveis contra o Colégio, esperamos que não mais ocorram essas paralisações ilegais e ideológicas no Colégio Franco-Brasileiro, e que também sejam tomadas providências para efetivamente coibi-las.
Rio de Janeiro, 16 de maio de 2019.